quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A cidade.

A cidade.


A cidade é uma ciranda de ruas,
interligadas.


A cidade é um mar de piche,
com ilhas de concreto e sal.
Ilhas cinzas de sal.
Ilhas de pedra e sal.


A cidade não é de nuvens ou sonhos.
A cidade é um relógio, uma bota, uma bolsa.
Uma garrafa que jogaram na sua cabeça.


A cidade é uma caneta no chão.
Parada no chão.
Morte no chão.


A cidade é idoso.
Inerte.
A cidade é barro.


Mas só bem de perto pra perceber...
que lá dentro da dureza daquele muro habitam,
silenciosamente, um milhão e meio de formigas.


Yago Santana 12/12/11