quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Claudio Assis - diretor Pernambucano

NOME DE NASCIMENTO: Claudio de Assis Ferreira
NASC.:19\12\1955(54 anos)
CIDADE: Caruaru, Pernambuco
Profissão: diretor, ator, produtor


Os filmes de Claudio Assis seguem uma tematica naturalista, no qual apresentam o ambiente físico e social detalhadamente. A clareza em relação ao ambiente em que se passa a historia é tão grande, que lhe permite compor e decompor os detalhes de cada cena.
Os personagens de seus filmes tambem sofrem grande influência do estilo naturalista. Onde não passam de marionetes sendo guiadas pelas mazelas da sociedade. Sendo arrastadas em meio a realidade de onde vivem. Agindo apenas em função de seus proprios instintos.


AS PERSONAGENS APARECEM, ENTÃO, COMO PRODUTOS, COMO CONSEQUENCIAS DE FORÇAS PREEXISTENTES QUE LHES ROUBAM O LIVRE-ARBITRIO E AS TORNAM, EM CASOS EXTREMOS, VERDADEIROS JOGUETES.


Sempre mostrando Pernambuco como cenário para seus filmes, Assis ja produziu dois longas metragens em nosso Estado. Esses são Baixio das Bestas(2007) e Amarelo Manga(2003). Excelentes filmes, bem recebidos pela critica, porém não muito bem recebidos pelo publico em geral. Afinal, o cinema de Claudio Assis não é um cinema de massa. Seus filmes são feitos para pensar, não para agradar a todos. Onde o heroi salva a mocinha no final e todos saem felizes...
Seus filmes não são assim, neles, geralmente, os personagens terminam como começaram, apenas deixando a vida passar e arrastalos junto com ela.
Ele vem produzindo um novo filme aqui em Recife: A Febre do Rato. Se for tão "cru" e seguir o mesmo estilo dos outros dois filmes, será uma otima pedida para aqueles que assistem a um filme não para se divertirem e sim para pensarem.
O cinema de Claudio Assis, vem divulgando cada vez mais o nordeste brasileiro, de preferencia nosso Estado. Que vem crescendo muito na visão do resto do país, não só em ambito economico, mais principalmente cultural. Tendo grande parte disso influencia na música e cinema Pernambucana.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Entrega

Andando pelas tuas ruas, te sinto meu. 
E com tal sina, me entrego: meus lábios gostam do gosto amargo que é te pertencer.
Beijo tuas esquinas, ponta a ponta. 
Acarinho tua história e cuido de tuas feridas. 
Cuidar de feridas seria assim uma prova de amor?
Em troca, quero ouvir tua voz, vinda de que forma for. 
Grite, cante, me declame uma poesia.  
És um amor dos mais inconvenientes. 
Roubas meu fôlego, brincas com minha tranqüilidade e grudas em minha pele. 
Tua lama suja não me faz te querer menos.
Cafajeste, diriam os insolentes. 
Eu diria confuso.
Meu confuso Recife.

domingo, 19 de setembro de 2010

Devaneio

Meu marco inicial para todas as direções
rancoroso amadurecer de idéas
ensurdecedor som de estrelas mudas
cessar da madrugada, frio de noites sem fim
transparecer, raios de sol
caminho alumiado
restos de raspas de corações retalhados sob o chão
procuro manter o foco
estrada de casa,
devaneio, deixo-me guiar
sigo em regresso à vivenda
de meu marco zero,
marco inicial de todas as direções.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Judite

Judite
tão madura e aprumada
parecida com a velha Recife
jovem atirada alienada entorpecida


foi na praça do Arsenal que conheci Judite
e foi com ela que perdi a virgindade
uma das muitas moças de Dona Piedade
renomada puta mulher da vida cafetina


ja se foram as noites de alucinação
Judite agora morta
defunta formosa
quase tambem me leva embora
junto com ela de encontro com o rei do baião


depois de Judite, muitas outras vieram
na praça do Arsenal ou na rua da Moeda
sempre volto de encontro ao Antigo
antro da boemia e de belas moças
que de cada novo namorado
sustentam Dona Piedade
e enchem de mais vazio o coração

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Valas

das valas do recife escuto o gemer da puta a blasfêmia de um bêbado o murmuro do pedinte um grito de assalto a tosse do drogado a agonia do doente um uivo louco da tamarineira a dor de um paciente as mentiras do político e um grito de protesto

das valas sujas do recife escuto o intestino de uma cidade a digerir almas humanas